Impressionante que esse clássico do hard rock de 1982 esteja fazendo 40 anos. Na minha opinião, um dos melhores álbuns lançados naquele ano, junto de Screaming for Vengeance do Judas, Creatures of the Night do Kiss e The Number of the Beast, do Iron. A pancada já começa pela capa, estampada por um lunático com a cabeça enfaixada e garfo nos olhos no meio de um estilhaçar de vidros, com uma fisionomia alucinante. Passei um bocado de tempo achando que era o guitarrista base da banda, Rudolf Schenker. Um dia desses descobri que era só coincidência pelo bigode que os dois ostentavam.
Assim como narrei em textos anteriores, Scorpions era uma das bandas preferidas de meu irmão, Mané e passei a escutar e gostar e em especial deste disco, como precursor do apreço pelo grupo alemão, passando desde então a fazer parte do arsenal metálico que dispúnhamos e reverenciávamos. É certo que a carreira pra lá de produtiva teve muitos tropeços, principalmente após Love at First Sting, mas Blackout, como dizem hoje em dia, envelheceu bem e é genial, a começar do começo, pela faixa título. Um petardo, desses que conquistam de cara o ouvinte, riff bem timbrado do guitarrista base Rudolf Schenker e sua inseparável Gibson Flying "V", acho ele um dos maiores Rhythm Guitar do rock ao lado do Malcolm Young do ACDC. O vocal do excepcional Klaus Maine muito marcante e o excelente guitarrista solo Matias Jabs, que considero mais performático e trouxe ares mais comerciais e definitivos ao som desta estupenda banda. Bem mais do que o competente guitarrista anterior – Ulrich Roth, ao menos em minha opinião, sem contar com as idas e vindas do irmão mais novo de Rudolf, Michael, que brilhou mesmo na extraordinária banda UFO.
Na sequência, o disco traz 03 excepcionais músicas – Can’t Live Without You, No one Like You (a melhor das três) e You Give Me All I Need, todas ao estilo Scorpions de ser (que explodiria com o super disco Love at First Sting) e que só foram possíveis a partir da entrada do virtuoso Matias Jabs à banda em 1979, com o razoável Lovedrive – aquele disco do cara puxando os seios de uma mulher com chiclete. A propósito, outra marca registrada da banda eram as capas dos discos, geralmente com conotação sexual. Inclusive várias foram censuradas no mercado americano.
Aí vem a música Now, que quando escutei me marcou muito e achei a mais pesada do disco. Salvo engano, servia como chamada na época do Rock in Rio – bom frisar que fizeram uma das maiores apresentações do festival, como já comentei em post anterior. Ainda na toada, Dynamite, outra paulada com show do vocal de Klaus Maine. Surge, Arizona, meio brega, meio pop, mas que confesso adorar, apesar do clipe para lá de tosco, mas eram os anos 80...
China White, tenta inovar e fugir um pouco do tom, puxando mais para o proggie, mas ainda assim muito boa e fecha com uma típica balada (Como escapar? Scorpions, né...) poderosa da banda, When The Smoking is Going Down – acho uma das melhores deles ao lado de Holiday, do Lovedrive.
Disco poderoso e pesado que representou minha admiração pelo quinteto alemão, que ainda tinham: Hermann Rarebell na batera e Francis Buchholz no baixo. Cheguei a ir a um show dos caras em Recife nos anos 2000. Aí já é outra resenha...
GODOY JABS
Esse foi o disco que mais escutei do Scorpions.
Eu acredito se esse disco fosse lançado hoje faria tanto sucesso quanto em 1982. Mas a pergunta que não posso deixar de fazer, quem é o cara da capa? Responda aí Fernandinho…