Imagine uma disputa entre dois estilos de rock – NWBOHM e o Glam Metal? Qual desses estilos venceria? E se a disputa fosse entre dois discos de uma mesma banda? Refiro-me ao Def Leppard (On through the night) x Def Leppard (Pyromania), quem sairia ganhador desta batalha? Se vc só conhece a banda através das músicas que tocaram exaustivamente nas rádios nos anos 80 e 90, de pegada bem comercial e aderiu ao glam metal com os discos, Pyromania (1983) e Hysteria (1987), vai estranhar e pode até não gostar do primeiro Leppard.
Busco aqui fazer um embate entre o Def Leppard do On through... e o do inaugurado pelo Pyromania, tentando a partir da análise do primeiro estabelecer um comparativo e ao final concluir qual dos dois Defs é melhor o NWBOHM ou do Glam Metal.
À época do primeiro álbum, estavam inseridos no movimento NWBOHM (New Wave British Of Heavy Metal), junto com Iron, Samson, Tyger Of Pan Tang, Saxon e tantas outras bandas bem pesadas e legais.
O disco abre com Rock Brigade, bela canção que soa saída dos anos 70, com rock pesado e parecer homenagear grandes bandas como Deep Purple, por exemplo. Chegou a influenciar a revista especializada de heavy metal brasileira homônima. Bela música, contando com os jovens e talentosos, Joe Eliot (vocal), Rick Savage (baixo), Rick Allen (bateria), Steve Clark (guitarra solo) e Pete Willis (guitarra base) dão um show no álbum; segue com Hello America, cujo apelo de fazer sucesso na terra do Tio Sam, já parecia indicar que a turma estaria disposta a conquistar a América, detalhe é que á época não tinham pisado nos EUA, mas não ia demorar muito até conquistarem o tão sonhado mercado.
Toda a bolacha mantém essa pegada mais crua e pesada, sobretudo se compararmos com o Pyromania, cuja produção ficou a cargo do mecenas da vendagem de discos Robert “Mutt” Lange, muito famoso por ter produzido os discos do Acdc. Mas é inegável a qualidade que os músicos ostentavam, ainda que em tenra idade, o batera Rick Allen, por exemplo, entrou na banda menor de idade. Portanto, ainda destaco do primeiro álbum: Sorow is Woman (bela balada sem afetação com um trabalho de baixo e batera bem marcantes), Rocks Of (cujo riff de guitarra pegado é eletrizante e pesado), It don’t matter (que apesar de não ser tão pesada não soa comercial e tem um refrão bem legal e uma cadência muito boa) e por fim e a melhor do disco pra mim, Wasted (pesada e irresistível, cujo riff alucinante impulsiona a gente a balançar a cabeça pra frente e pra trás).
No que se refere ao Pyromania, do ponto de vista comercial a disputa não tem nem graça, haja vista os milhões de cópias que o disco vendeu e o objetivo de conquistar a América ter sido atingido, mas aqui analiso a qualidade, segundo minha ótica, então partindo desse princípio, vejo, apesar da inegável melhora na produção do disco uma perda real em relação ao peso e a nítida transmudação dos estilos, bem verificadas, se compararmos músicas como Wasted, Rocks of e Rock Brigade (On through the night), com Photograph, Rock of Ages e Foolin (Pyromania); veremos que as três últimas músicas, apesar de gostar muito, foram feitas para tocar nas rádios à exaustão, sobretudo no mercado norte americano, com a clara e notável influência do produtor Mutt Lange. Ainda sobre o disco, não há como não perceber a melhora nas composições de guitarra com a chegada do bom guitarrista Phil Collen (substituindo Pete Willis), aliás já havia estreado muito bem no disco anterior (High’n’Dry).
Se pensarmos que o objetivo dos caras era conquistar os states, sem dúvida que o Pyromania pavimentou esse caminho de forma arrebatadora (a coisa se consolidaria ainda mais com o Hysteria) teremos que reconhecer que o disco foi determinante, por outro lado o On Through the Night é bem mais pesado e tem lugar de destaque em razão desse quesito, ao menos para mim.
Bem, gosto muito dos dois álbuns, e então, por fim, como responder qual dos dois discos foi melhor, o da NWBOHM (On Through the Night) ou o Pyromania (Glam Metal)?!! Pergunta difícil de responder, mas para não fugir da raia fico com o.... HIGH’N”DRY!!! Pois é, entre a crueza do primeiro e suavização do terceiro, fico com o equilíbrio do segundo.
GODOY LEPPARD
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