Resolvi escrever sobre o tema dos álbuns superestimados, mas antes de adentrar na lista, não custa lembrar que é segundo minha ótica e gosto pessoal, portanto, é inevitável que eu venha a inserir injustiças absolutas e a deixar de fora certezas totais.
Ainda a título de esclarecimento, estar nesta lista não significa que o disco é ruim, mas simplesmente, em minha opinião, houve certo exagero na repercussão e nada mais. Sem mais delongas, segue a lista com as minhas considerações.
1 – For Those About to Rock We Salute You (1981) – AC/DC – Já inicio por minha banda predileta e faço sem a menor cerimônia. Muitos vão discordar - eu até gosto do disco - só não acho que ele mereça toda a pompa que ostenta. Apesar da faixa-título ser uma estupenda música, o restante da bolacha não acompanha a pegada. Com certeza, teve o sucesso de vendas e críticas impulsionado pelo estrondoso sucesso de seu antecessor, Back in Black. Gosto bastante ainda de Inject the Venom.
2 – Fear of the Dark (1992) – Iron Maiden – Considero o Iron uma das minhas bandas favoritas. Facilmente integra o top 5, mas esse disco não agrada, mais uma vez, apesar da faixa-título ter se tornado um hino presente em todas as apresentações ao vivo da banda. Mas músicas como Be Quick or be Death que, quando escutei pela primeira vez, achei que Bruce Dickson estava sem voz, talvez tentando soar meio grunge, não me empolgaram. Ainda teve outro hit que tocou bastante na MTV na época, a única balada dos caras, Wasting Love, de gosto duvidoso...
3 – Balls to the Wall (1983) – Accept – Minha banda alemã favorita e tenho que registrar que a faixa-título é uma das maiores canções dos caras! Mas, apesar de conter boas músicas como London Leader Boys, Love Child e Head Over Hills e considerá-lo um bom disco de heavy metal, as demais deixaram a desejar. O que me fez inserir nesta lista é que comumente este disco é considerado como o melhor álbum do Accept, ficando à frente dos excepcionais, Restless and Wild e Metal Heart.
4 – 1984 (1984) – Van Halen – Aqui é mexer em vespeiro! O disco de maior sucesso dos irmãos holandeses numa lista destas é, realmente, polêmico. Explico: Não estou dizendo que o disco é ruim ou coisa do gênero, mas a entrada com o pé na porta na fase sintetizada do Van Halen e o distanciamento da pegada mais hard rock dos discos anteriores, frustra muito. Mega hits como Jump, Panama e Hot for Teachers, apesar da extraordinária introdução de bateria desta última música, não foram suficientes ao meu convencimento de toda celeuma acerca deste disco, que confesso achar um dos menos bons da era David Lee Roth. Critico o mega reconhecimento, não o disco. O álbum anterior, por exemplo, Fair Warning, na minha opinião, é muito melhor e tem a dosagem certa dos teclados.
5 – Crusader (1984) – Saxon – Talvez seja uma das bandas mais subestimadas da onda NWBOHM (New Wave British of Heavy Metal), movimento surgido na Inglaterra no final dos anos 70, do qual fazia parte o Iron Maiden, é preciso, por mais paradoxal que possa ser, introduzi-lo nesta listagem, haja vista que poderia também integrar o subgênero desta categoria de discos que possuem faixas-título excepcionais e as demais músicas do álbum não acompanharem o patamar imposto. Constantemente citado como melhor álbum da banda, fez-me discordar veementemente, pois prefiro Power and Glory, Denim and Leather e Rock the Nations. De todos os discos que citei, cuja faixa título se destaca mais que o restante das músicas, é neste que, seguramente, mais se observa isso.
6 – The Works (1985) – Queen – Apesar de ser um fã incondicional da banda, este disco obteve imensa repercussão ante o sucesso das canções, Radio Ga Ga e I Want to Break Free. Considero-as boas faixas e nada mais. Radio Ga Ga, por exemplo, que inspirou a cantora pop Lady Ga Ga a adotar seu nome artístico, é uma das músicas que contém, na minha visão, um dos refrões mais chatos do universo rock’n’roll. Quem salva o disco é Hammer to Fall, cuja pegada Hard Rock empolga mais que as demais. Juro que jamais entendi toda a repercussão em torno deste disco.
E aí? O que vocês acham? Muita coisa ficou de fora? Coloquei alguma heresia na lista? Comenta aí!
GODOY LISTEIRO
Concordo com as análises do Crusader (Saxon) e Fear of the Dark (Iron Maiden).
O The Works (Queen) acho que teve repercussão maior em função do marketing do que pelos fãs.
1984 (Van Halen) é um bom disco embora não esteja entre os top 3. O mesmo vale para o Balls to the Wall (Accept) o qual gosto muito.
Já For Those About to Rock (AC/DC) eu acho até que é um disco subestimado.
Mas valeu! Bom tema! Aproveitei pra ouvir algumas faixas desses álbuns.
E para finalizar deixo o registro do campeão mundial dos discos superestimados:
Nevermind - Nirvana.
Talvez seja exatamente por isso, não serem os melhores realmente, que precisaram de um impulso de marketing. E apesar do assunto envolver gosto pessoal onde alguém pode discordar tranquilamente da sua seleção, achei muito boa a ideia e a análise.
Cara vou complementar o meu comentário, acho que o 1984 não estaria na minha lista, colocaria o Out of Time do R.E.M, um bom disco, mas não considero nem de perto um dos melhores deles. Você foi econômico na lista ao escolher apenas 6. Se a gente parar para analizar vai sair muita coisa.
Muito legal o post!
Mas vamos lá...
Eu acho o Balls to the Wall um puta álbum de heavy metal, esse vale a superestimação! Álbum bom do começo ao fim!
Sobre o 1984 do Van Halen, é um álbum que faz um prelúdio a fase do Sammy Haggar (que eu adoro). É um clássico!
Agora acho que poderiam entrar aí nessa lista o The Wall do Pink Floyd e alguns “pseudo-rocks-superestimadíssimos” como o Nevermind do Nirvana e o The Joshua Tree do U2.