OZZY - PRÍNCIPE DAS TREVAS
- Fernando Godoy
- há 4 dias
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Ninguém duvida do carisma e presença marcantes do velho e bom Ozzy Osbourne que marcou uma era como maior vocalista e não melhor (me perdoe o devorador de morcegos, mas Dio foi o melhor) da icônica banda que inventou o heavy metal: Black Sabbath, dona de clássicos do gênero que se eternizaram para sempre no setlist de qualquer fã do gênero, independentemente da idade.
Quase que desiste da carreira ao ser expulso do Sabbath em 1979, tendo sido incentivado e motivado à época pela filha do empresário da banda e futura esposa, Sharon Osbourne a continuar no Show Business. Decisão acertada em permanecer no ramo, tratou de montar uma excepcional banda e debutou com o multiplatinado “Blizard of Ozz”. Não há dúvidas acerca do acerto do álbum de estréia do Príncipe da Trevas, basta vermos os inúmeros hits da bolacha: “Crazy Train”,” Mr. Crowley”, “Suicide Solution” e “I Don’t Know”.

Mas, o texto aqui traz o que para mim é o melhor disco já realizado pelo astro: “Diary of a Madman”, pérola que já completou 44 anos e continua nova tinindo. Primeiro disco que adquiri do ícone, mais ou menos em meados dos anos 80, na excepcional loja de discos “Eletrodiscos”, situada no centro de Maceió e dotada do melhor acervo de hard rock e heavy metal da capital. O disco foi lançado em novembro de 1981 e trouxe a seguinte formação além de Ozzy nos vocais: o espetacular guitarrista Randy Rhoads e que viria a ser seu último trabalho ante a trágica morte acidental em um voo amador realizado, que só não teve a participação do Príncipe em razão de uma tremenda ressaca que o mesmo ostentava; Bob Daisley no baixo, Lee Kerslake na Bateria e Johnny Cook no teclado.

O disco abre com a fenomenal “Over The Mountain”, cuja introdução na batera é de arrepiar e os solos (dois) são o ápice deste excepcional guitarrista que sem exagero somente comparado à época a Eddie Van Halen. Lanço um desafio aos leitores classificar qual melhor solo da música o primeiro ou segundo? Na sequência o único hit do álbum “Flying High Again”, e pra mim o destaque é o vocal meio de lamento do velho príncipe e o solo do mestre Randy Rhoads; “You Can’t Kill Rock and Roll” acho a melhor balada já lançada por ele, onde os destaques são novamente Ozzy e Randy, onde o primeiro revela uma voz limpa e agradável e o baixinho das ‘Flying Vs” detona e mostra como aliar melodia, velocidade e peso numa mesma canção, sem esquecer da linha de baixo bem encaixada com a batera; “Believer”, fechando o lado “A”, aqui quem abre com maestria é o baixo de Daisley com uma marcação poderosa e vemos bem o trabalho do teclado de Johnny Cook conferindo aquela aura sinistra peculiar nas canções do astro; O lado “B” abre com a boa “Little Dolls”; segue com outra belíssima balada “Tonight” e nesse caso novamente um belo trabalho de baixo, mas o solo de Randy é algo simplesmente perfeito, onde se percebe toda sua versatilidade e velocidade; “S.A.T.O” aqui é daquelas que lembram à época áurea do velho Sabbath, com andamento crescente e pesado com solos rápidos e vocais bem colocados; a bolacha fecha de forma magistral com a faixa título onde poderia usar a canção como tema de qualquer filme de terror. Se o Sabbath sempre buscou compor canções que de certa forma causassem a sensação de terror nos ouvintes, aqui eu cravo que o velho Ozzy acertou em cheio. Bela canção que se tornou épica para mim por toda mística que envolve com perfeitos trabalhos de guitarra, vocal e teclados, conferindo toda atmosfera sombria e bela ao mesmo tempo. Melhor música do disco. Dá-lhe Príncipe da Trevas.
Detalhe da capa do disco é que o menino atrás do Ozzy, sentado à mesa com ares meio sádicos, na realidade se trata do filho dele Louis com a primeira esposa Thelma Riley.
GODOY OSBOURNE