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Foto do escritorThales Padilha

Quando conheci o Ratos de Porão

Atualizado: 16 de jan. de 2023


Meu início na música desgracenta e barulhenta veio com o Metallica e o Sepultura, nos discos Kill’ Em All e Arise, quando ouvi aquilo me surpreendeu demais e fiquei impressionando com a agressividade e velocidade naquela música, que seria chamada de Trash Metal. Passei a procurar naquela época dos anos 90, que não era fácil o acesso, livros e qualquer notícia sobre bandas e música, quando descobri que uma banca na Centenário vendia uma revista chamada Rock Brigade, corri e consegui comprar uma edição, o qual não lembro o número, aquilo me fez descobrir um número de banda, e foi quando li que o Sepultura tinha amizade com outra banda chamada Ratos de Porão. Naquele momento eu achei interessante o nome e não tinha nenhuma noção de como era o som, pensava que era o mesmo som que o Sepultura fazia.

Um dia, em minhas idas com meu pai para fazer feira para casa, no Hiper Bompreço da Gruta, vi o disco do RDP – Ao Vivo e fiquei maluco em ter aquele petardo, fui até meu pai e pedi que comprasse, afinal naquela época com 15 anos não tinha condições de comprar nada ainda. O mesmo não queria comprar aquele disco de banda esquisita, e com aquele nome. Depois de choros e aquelas cenas de adolescente, ele comprou.

Quando cheguei em casa, sai correndo e fui colocar aquele disco na radiola que tínhamos em casa, e sim, naquela época escutávamos ainda com um fone de ouvido plugado. Iniciei aquele momento que para mim foi intrigante e explosivo, letras ácidas e politizadas me fizeram entrar em um novo universo. À medida que ia ouvindo Crise Geral, Plano Furado, Ascenção e Queda e outros, afinal, esse disco é um clássico atrás do outros, fui entrando em uma visão mais politizada de minha vida e como música e letra devem está interligadas a um propósito, o de lutar e abrir os olhos contras as mazelas de um sistema que não olha para o povo.

Naquela época, anos 90, aquele disco escutei de forma incansável, ele mudou e ainda muda, pois é de impressionar como ele ainda é muito atual, infelizmente.

Foi dai que iniciou minha incansável procura pela cena punk e sua cultura, o que vou deixar para outro momento falar sobre isso.

“Todo mundo trabalha o ano inteiro, e chega no carnaval, é globeleza, globeleza....” *Crise Geral do disco Cada Dia Mais Sujo e Agressivo

Thales Padilha::


 


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