RADIOHEAD
- Fernando Godoy
- 6 de jun.
- 2 min de leitura

Conheci a banda, talvez como a maioria dos que curtiam rock, através de uma propaganda que passava na TV à época. Acho que 1995 ou 1996. No meu caso uma namorada daquele tempo, ligou para mim, assim que viu o comercial e escutou a canção, me perguntando que som era aquele. E aqui confesso que não tinha a menor idéia de quem fosse, mas havia curtido, não a ponto de comprar algo deles. E somente alguns anos depois passei a gostar da banda, pelo menos de alguns discos.
A música era Fake Plastic Trees, do disco “The Bends”, que para mim é o melhor álbum da banda –- ainda que a crítica considere “Ok Computer”, de 1997, seu melhor trabalho, cuja as inovações e esquisitices permeiam a obra, mas há inegáveis boas canções como, No Surprises, Paranoid Android e Karma Police.

Pois bem, o disco “The Bends” é daqueles que servem como escape, quando há um certo nível de saturação do Hard Rock e Heavy Metal, ou seja: um tempo no peso...
Antes de adentrar no álbum, faz-se necessário falar um pouco sobre a banda, que despontou a partir de um hit do primeiro disco Pablo Honey – “Creep”, de 1993, onde a crítica, por conta da música, passou a dizer que estávamos diante do novo Nirvana, mas logo se mostraram muito mais do que a superestimada banda grunge de Albedeen. Neste disco de estréia eu destaco duas maravilhosas canções: You e Stop Whispering.
No que diz respeito à banda, tenho ela em bom lugar, diria que trouxe ao cenário do rock mundial algo de novo, uma espécie de modernidade e frescor que o gênero necessitava. Suas composições mesclavam distorções de guitarra, melodias auspiciosas, e vocais agudos e melancólicos, muitas vezes soando como lamento ou murmúrio ou nos momentos erráticos – quase um miar insuportável.
Mas a banda aponta acertos significativos ao longo da carreira, sobretudo os três primeiros álbuns. Se “Pablo Honey” trouxe um pouco de mais do mesmo do grunge, apesar de eu considerar acima dos seus influenciadores, e “Ok Computer” muita modernidade e estranheza nas composições; “The Bends” traz o acerto em cheio nas mixagens de melodias, guitarras e música eletrônica e o vocal marcante de Thom Yorke (figura esquisita e genial ao mesmo tempo). Músicas como Planet Telex, The Bends, High and Dry (a melhor), Fake Plastic Trees e Just, mostram essa aliança na medida certa.
Quem não conhece a banda, sugiro começar por “The Bends”, acredito que não se arrependerá. Para mim, serve, conforme mencionei no início, uma fuga do hard rock, sem precisar adentrar no universo “mela cueca” de algum pop qualquer da vida...
GODOY YORKE
Comments