SHINE ON YOUR CRAZY DIAMOND

Pink Floyd

​Não há maior banda de rock progressivo no mundo do que Pink Floyd, seguramente deve ser um dos maiores axiomas que permeiam o mundo do rock. Apesar de toda pompa e circunstância que circundam esta afirmação é quase unânime entre os fãs não somente de rock psicodélico, mas de maneira geral.

​Há os que preferem a fase mais esquisita da banda outros a mais comercial, inaugurada a partir do multiplatinado “The Dark Side of the Moon”. O período mais clássico do quarteto inglês era composto por: Roger Waters no baixo e vocal, sendo o principal letrista; David Gilmour na guitarra e vocal, compondo a maioria das músicas; Richard Wright nos teclados e Nick Mason na bateria.

​É preciso registrar a presença do idealizador e fundador do grupo Syd Barret que, chegou a participar do primeiro disco – The Pipers at the Gates Down. Tendo deixado a banda logo em seguida por problemas mentais ocasionados pelo uso excessivo de drogas, mas sua presença foi fundamental na formação progressiva da banda.

​Os discos da fase mais aguda da psicodelia chegaram a estabelecer o que eles são até hoje, com canções imensas e com um nível de introspecção e complexidade melódica de tornar as faixas esquisitas e intermináveis. A impressão que dava era que a banda vivia a buscar sons na natureza e nas coisas cotidianas das cidades, para compor suas canções. Um ruído de pássaro esquisito, um barulho de algum objeto caído no chão, qualquer estranheza poderia integrar uma canção da banda. Curioso notar em meados da década de 70 durante o surgimento do Punk, por exemplo, os jovens devotos do movimento mais simplista, sujo, direto, barulhento e com músicas de dois minutos, frases estampadas em camisetas do tipo: “I hate Pink Floyd”. Mas no rock sempre foi assim: se existe saturação de algum gênero dominante, logo se renova rechaçando o antigo e proclamando o novo, num processo de autopreservação que se repete.

Sid Barrett

​Pois bem, polêmicas a parte, preciso aqui dizer qual foi a canção deles que mais chamou minha atenção. As primeiras músicas que escutei foram do aclamado álbum “The Wall”, que tiveram o condão de me apresentar e enfileirar-me no rol de amantes da banda, mas a faixa que mais me impressionou e me marcou tornando-me um fã foi “Shine on Your Crazy Diamond” (letra de Waters, música de Waters, Gilmour e Wright), do excepcional disco “Wish You Were Here”; uma música composta em homenagem ao ex-integrante e fundador da banda – Syd Barret. Ela exercia e continua exercendo em minha pessoa uma espécie de hipnose e transe que me mantém atento em toda sua execução. E olhe que ela não é curta. São 13:48, considerando as partes de I a V, que são as que prefiro e que me refiro. O início meio repetitivo e que parece ecoar e martelar na mente, preparando a entrada dos vocais iniciais suaves e culminando de forma apoteótica no refrão sublime na voz poderosa e ao mesmo tempo delicada de Gilmour, nos lançando num turbilhão de emoções, são de arrepiar. Uma obra prima e que no meu sentir define a banda. Ela abrange tudo que ela tem de mais presente: progressividade, melodia, arranjos inovadores, guitarra melódica divina e vocais de Gilmour coroando tudo com maestria e genialidade.

​Reconheço que a banda possui inúmeras outras canções de mais repercussão e sucesso, mas pra mim nada se compara a Shine... E tive a oportunidade de conferir em 2006 a execução deste clássico no Morumbi, por ocasião do show do Roger Waters, fico somente na expectativa e esperança, se possível, de poder escutá-lo com David Gilmour.

GODOY GILMOUR

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