CINE GODOI
- Fernando Godoy
- 21 de jul.
- 2 min de leitura

Muito embora escreva majoritariamente sobre discos que me marcaram, vez por outra me atrevo a falar sobre cinema, que confesso, ser um cinéfilo de carteirinha. Tudo começou pra mim no Município de Viçosa, onde minha saudosa vó Carminha e meu vô Luiz Eduardo residiam. Este último veio a falecer em 1975 e pouco tenho lembranças de sua figura, alguns raros flashes isolados e no dia do seu falecimento, quando nossa família se deslocou de Maceió em direção a “Atenas de Alagoas”, para o velório e funeral, fato que por óbvio, tende a marcar bastante a vida de uma criança, apesar da tenra idade.

Meu avô, foi um fervoroso fã de cinema e destemido empreendedor da sétima arte, fundou, ainda na década de 60, o “Cine Godoi”, uma tremenda sala de cinema de fazer inveja a outras da capital alagoana à época, como São Luiz e Lux.
Comecei a freqüentar o referido cinema a partir do final dos anos setenta, isto porque mesmo depois do falecimento de meu avô, meu Tio Zé Florentino assumiu o negócio; onde comecei a nutrir um amor ao cinema que perdura até hoje.

Naquele tempo, o que mais assisti foram filmes de caratê e cowboy; do primeiro gênero pude conferir tudo quanto foi filme, sobretudo do saudoso mestre do Kung Fu, Bruce Lee; geralmente mal saía da sala e já coreografava as lutas com meu irmão mais velho e primos aos gritos de: “eu sou o ‘atista´”. E daí o cacete comia solto; Já os Westerns, lembro bem dos faroestes spagheti, com presenças quase constantes de Giuliano Gema (Dólar Furado) e Franco Nero (Django), sempre arrastando um cachão com uma metralhadora dentro. E como esquecer nossa prerrogativa? Entrávamos de graça no cinema, exceto quando tentávamos adentrar as sessões que passavam filmes eróticos e éramos barrados solenemente pelo saudoso porteiro “Biu”. Inabalável sua moral e postura ao não deixar a gente entrar, atendendo a ordens expressas de Vovó Carminha. Bons tempos aqueles...

Pois bem, bons tempos que moldaram minha devoção ao cinema e que serviram como precursores da iniciação ao mundo mágico das telonas. Dois filmes me remetem àquela época: “Cinema Paradiso” e “Cine Holiudi”, o primeiro me marcou na parte emocional e o segundo no quesito lúdico e bem humorado das películas, sobretudo por se passar numa época próxima ao que vivenciei e ter como cenário o interior do nordeste. Viva o Cinema!
GODOY CINÉFILO
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