Sempre presto atenção nas trilhas sonoras dos filmes que assisto e quando alguma música desperta minha curiosidade, espero até o final dos caracteres, para conferir quem tocou, sobretudo as que impressionam durante as cenas marcantes. Qual amante do cinema e da música é capaz de esquecer a clássica cena de Cães de Aluguel, quando o personagem de Michael Madsen – “Mr. Blonde” (aliás quase que forjado para fazer películas do mestre Tarantino), retalha com uma navalha a orelha de um cara ao som de Stuck In Middle With You, de Stealers Wheel, com direito a dança que o tornou o cara mais “cool” do cinema.
Pois bem, venho aqui, modestamente, listar algumas trilhas que me marcaram, quase sempre me rendendo aos filmes que tratam de temas ligados ao rock’n’roll...ou não! Portanto, se ficou alguma de fora, peço desculpas, talvez sequer tenha escutado. Tentei colocar as que conciliaram trilha e filme, bons. Segue a lista.
1 – Pulp Fiction (1994)– Esse filme, ganhador da palma de ouro de Cannes é, sem sombra de dúvida, o melhor já feito por Tarantino, inclusive com o devido cuidado na escolha das músicas que compõem a trilha. Tudo é perfeitamente encaixado, mas tiro duas extremamente definitivas para mim: Girl, You’ll Be a Woman Soon, de Urge Overkill, cuja cena entre Uma Thurman e John Travolta chegando na casa de Marcelus é genial; a outra também envolvendo o casal acima citado, só que na lanchonete temática dos anos 50, onde participam de um concurso de dança de twist, apresentados por um sósia de Ed Sullivan, dão um show e levam o troféu (Travolta tinha que dá um jeito de dançar, né?!) – You Never Can Tell. Na realidade eu gosto de toda trilha, mas essas duas músicas dão um pouco da tônica do filme e suas referências e homenagens aos cineastas anteriores. Mas há de se registrar All Green e Kool e The Gang, dentre outros.
2 – Forrest Gump (1994) – Dirigido pelo talentoso Robert Zemecks (De volta para o futuro), o filme é uma verdadeira ode à cultura americana, vencedor de 06 Oscars, dentre eles filme, diretor, ator e roteiro adaptado. E se ainda não bastasse nos brinda com uma trilha majestosa. A película passa por Elvis Presley, Guerra do Vietnã, Beatles, contracultura, movimento hippie. O filme é um marco do cinema e traz Tom Hanks no papel central dando uma aula de interpretação, culminando com o cobiçado prêmio do cinema americano – Oscar, diria que merecidíssimo. A trilha, que no CD era dupla, é sensacional, destaques para Respect de Arettha Franklin, Hound Dog de Elvis Presley, Sweet Home Alabama do Lynyrd Skynyrdy; mas temos ainda The Byrds, Jefferson Airplane, The Supremes e tantos outros. Um marco no cinema embalados por uma trilha muito caprichada e eclética.
3 – The Commitments (1991) – Filmaço quase que despretensioso acerca da soul music, captados com maestria através da condução do lendário Alan Parker (The Wall e Expresso da meia noite). Tudo gira em torno dos amantes do gênero na roqueira Dublin. Elenco afinado, onde a saudação e devoção da música soul exalam firmeza e veracidade. O cara do sax que só entrou na banda porque havia tido uma participação num disco do Wilson Picket dão o padrão da película. O ator que fez o vocalista idiota, mas com vozeirão de fazer inveja a qualquer negro de igreja norte americana são o ponto alto. Mustang Sally e Chain of fools e aqueles maravilhosos backing vocals femininos são demais mesmo. Um dos melhores filmes sobre soul music. Vale a pena assistir. A banda de fato existiu e chegou a sair em tour após o sucesso do filme.
4 – Quase Famosos (2000) – Filme quase que autobiográfico, saído da experiência vivenciada por Cameron Crowe (escrito e dirigido por ele) que, de fato, no período (anos 70) trabalhou como repórter da revista Rolling Stones. Na época um adolescente ainda, e sua admiração por uma Groupie famosa da época (Penny Lane vivida por Kate Hudson) e uma banda em tour (seria na verdade o Led Zeppelin). A partir dessa deliciosa história o filme flui. Como esquecer a cena em que supostamente o avião cairia e cada um dos integrantes revela um segredo inconfessável. Um dos membros da fictícia banda (Steelwater) diz ser gay e outro que teria um caso com a mulher de um colega de banda. Depois, quando se percebeu que tudo não passava de um falso alarme, o constrangimento geral é hilário. Mas vamos ao que interessa, a trilha. Temos Led Zeppelin, com That’s the Way; Black Sabbath, com Paranoid; David Bowie, com I’m Waiting for the Man, e tantas outras. Vale demais a pedida, pena que o diretor Crowe tenha errado clamorosamente anos depois no filme Tudo acontece em Elisabethtown, apesar da trilha razoável.
5 – Trainspotting (1996) – Do aclamado Diretor, Danny Boyle (Quem quer ser um milionário e A Praia), assisti logo que o filme foi lançado e fiquei fascinado com mais uma boa atuação do protagonista Ewan Macgregor, cuja participação em Cova Rasa, tinha me impressionado bastante. Sempre achei ele com um quê de Malcon Macdowel, sobretudo em dois filmaços deste último: If e Laranja Mecânica. Mas vamos inicialmente ao filme, quase que uma viagem alucinada de drogas e doideras, mas não fica só nestes clichês, há muito encanto, drama e comédia no longa. No que se refere a trilha, é uma homenagem ao rock alternativo dos anos 70 e da música eletrônica da época e dos anos 80. O que mais me chamou atenção foram as três músicas de Iggy Pop, com Lust for life, Passenger e Nightclubbing; Underworld com Born Slippy e Dark Long. Mas há Blur, David Bowie, New Order, Brian Eno e Joy Division. Trilha muito boa que embalou o toca cd do carro durante muito tempo dos anos 90.
Para não ficar muito cansativo, prometo retornar em breve com o restante da lista ( PARTE II). Se não gostaram ou acrescentariam outras, fiquem a vontade. Agradeço aos que chegaram até aqui.
GODOY SONORA
Pulp Fiction
Forrest Gump
The Commitments
Quase Famosos
Trainspotting
Boa ideia!
Tem que fazer uma lista só com as melhores da franquia do 007.